A surdez é uma condição que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, comprometendo a capacidade de ouvir parcial ou totalmente. Uma dúvida muito comum entre pacientes e familiares é: “Existe cirurgia para a surdez?”. A resposta é sim, mas a indicação depende de vários fatores, como o tipo e o grau da perda auditiva, além das condições de saúde do paciente.
Neste artigo, vamos explicar quais são as opções cirúrgicas disponíveis, como funcionam, para quem são indicadas, os riscos, benefícios e resultados esperados.
O que é a surdez e como ela é classificada
Antes de entender se existe cirurgia para a surdez, é importante conhecer como a condição é classificada:
- Surdez condutiva
Ocorre quando há algum bloqueio ou dano no ouvido externo ou médio, impedindo a condução do som até o ouvido interno. - Surdez sensorioneural
Decorre de danos na cóclea ou no nervo auditivo, geralmente permanentes, e é a forma mais comum de perda auditiva. - Surdez mista
Combina elementos da surdez condutiva e sensorioneural.
O tratamento – cirúrgico ou não – depende do tipo e do grau de surdez diagnosticado por um otorrinolaringologista.
Existe cirurgia para a surdez condutiva?
Em casos de surdez condutiva, muitas vezes há sim a possibilidade de tratamento cirúrgico. Alguns exemplos de procedimentos incluem:
- Timpanoplastia: reparo do tímpano perfurado, permitindo melhor condução do som.
- Ossiculoplastia: reconstrução dos ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo).
- Estapedectomia: troca do estribo por uma prótese, comum em casos de otosclerose.
Essas cirurgias têm taxas de sucesso elevadas quando o problema é exclusivamente mecânico, podendo devolver boa parte da audição ao paciente.
Existe cirurgia para a surdez sensorioneural?
A surdez sensorioneural geralmente não é reversível com cirurgia convencional, pois envolve danos nas células ciliadas da cóclea. No entanto, em casos de perda auditiva severa ou profunda, existe a opção do implante coclear.
Implante coclear – Como funciona
O implante coclear é um dispositivo eletrônico que substitui parcialmente a função do ouvido interno. Ele capta os sons do ambiente, processa-os e envia estímulos elétricos diretamente ao nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete o som.
Indicações:
- Perda auditiva bilateral severa ou profunda
- Pouco ou nenhum benefício com aparelhos auditivos
- Condições clínicas favoráveis para a cirurgia
Existe cirurgia para a surdez unilateral?
A surdez unilateral (quando apenas um ouvido é afetado) pode ser tratada com:
- Implante coclear unilateral
- Implante de condução óssea (BAHA), que transmite o som diretamente pelo osso do crânio para o ouvido interno saudável
Benefícios das cirurgias para a surdez
Ao pensar em se submeter a uma cirurgia para a surdez, é importante considerar os benefícios:
- Melhora significativa na capacidade de ouvir
- Maior interação social e qualidade de vida
- Facilidade de comunicação no trabalho e no convívio familiar
- Redução do isolamento social e dos riscos de depressão
Riscos e cuidados
Como qualquer procedimento cirúrgico, as cirurgias para a surdez envolvem riscos, como:
- Infecção
- Tontura temporária
- Lesão do nervo facial (rara)
- Rejeição ou falha de prótese/implante
Por isso, é essencial que a avaliação seja feita por um especialista em otorrinolaringologia com experiência em cirurgia auditiva.
Quanto custa uma cirurgia para a surdez?
O custo varia bastante de acordo com o tipo de cirurgia, hospital, equipe médica e equipamentos utilizados. Em alguns casos, o SUS cobre procedimentos como a timpanoplastia e o implante coclear, desde que o paciente atenda aos critérios clínicos estabelecidos.
Conclusão
Existe cirurgia para a surdez, sim, mas cada caso é único. A escolha do procedimento depende do tipo de perda auditiva, do estado geral de saúde e dos objetivos do paciente. Consultar um otorrinolaringologista é o primeiro passo para identificar a melhor solução.
Seja para uma simples correção mecânica no ouvido médio ou para a implantação de um dispositivo eletrônico avançado, a cirurgia auditiva pode transformar vidas, devolvendo sons, palavras e emoções a quem já havia perdido a esperança de ouvir novamente