Síndrome da Deiscência do Canal Semicircular Superior

O que é a Síndrome da Deiscência do Canal Semicircular Superior?

A Síndrome da Deiscência do Canal Semicircular Superior (SDCSS) é uma alteração anatômica em que há um afino ou ausência (deiscência) da fina camada óssea que separa o canal semicircular superior do ouvido interno do cérebro. Essa falha cria uma “terceira janela” no labirinto, alterando a percepção auditiva e o equilíbrio.

Causas

A deiscência geralmente é congênita, embora possa ser adquirida por traumas ou erosão óssea.

Alguns pacientes só desenvolvem sintomas após aumento da pressão intracraniana, trauma ou manobra de esforço.

Sintomas

  • Vertigem evocada por ruídos intensos (fenômeno de Tullio)
  • Vertigem ou oscilopsia provocada por esforço, tosse ou alteração de pressão
  • Autofonia (ouvir sons internos do próprio corpo, como batimentos do coração ou até movimentos oculares)
  • Hiperacusia óssea (excesso de sensibilidade a sons transmitidos pelos ossos)
  • Perda auditiva condutiva

Diagnóstico

  • Tomografia computadorizada de alta resolução do osso temporal.
  • Testes de função vestibular (como VEMP).
  • Exame clínico com história detalhada dos sintomas.

Tratamento

  • Casos leves: podem ser manejados apenas com acompanhamento ou reabilitação vestibular.
  • Casos graves: tratamento cirúrgico para fechar a “janela extra” e restaurar a barreira óssea.

Prognóstico

Quando tratado corretamente, os sintomas geralmente melhoram significativamente. O diagnóstico precoce é essencial para qualidade de vida do paciente.

Conclusão

A Síndrome da Deiscência do Canal Semicircular Superior é uma condição rara, mas que pode afetar de forma significativa a qualidade de vida do paciente devido aos sintomas auditivos e vestibulares que provoca. O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas, aliado aos exames de imagem adequados, é fundamental para o diagnóstico correto. Felizmente, o tratamento — seja conservador ou cirúrgico — costuma propiciar alívio considerável dos sintomas e a recuperação funcional do paciente. Portanto, diante de queixas de vertigens atípicas e alterações auditivas, é essencial considerar a SDCSS como diagnóstico diferencial, pois a abordagem adequada pode transformar a vida do portador dessa síndrome.

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