cirurgia de tumores de ouvido

Cirurgias de Tumores de Ouvido em Porto Alegre

Cirurgia de tumores de ouvido em Porto Alegre : A escolha da abordagem cirúrgica depende do tipo do tumor e nível de audição residual. É possível poupar a audição apenas em uma minoria dos casos; se a preservação da audição for bem-sucedida, não será melhor do que no nível do pré-operatório. Quanto maior o tumor, menores são as chances de preservação da audição. Em alguns casos com audição pré-operatória fraca ou um tumor muito extenso, é melhor sacrificar a audição para retirar o tumor.
Todos os procedimentos são realizados com anestesia geral.

Abordagem translabiríntica
Envolve uma incisão atrás da orelha. A mastoide e as estruturas da orelha interna são retiradas para expor o tumor. Geralmente, o tumor é removido totalmente. Raramente, apenas a retirada parcial é obtida. O defeito na mastoide é fechado com gordura retirada do abdômen.
A abordagem translabiríntica sacrifica a audição e o mecanismo do equilíbrio da orelha interna. Consequentemente, a orelha é deixada permanentemente surda. Embora o mecanismo do equilíbrio tenha sido retirado na orelha operada, esse mecanismo na orelha oposta geralmente dá ao paciente estabilidade em um a quatro meses.

Abordagem da fossa média
Uma incisão é realizada acima da orelha, e o cérebro é elevado para expor o tumor. Na maioria dos casos, o tumor é removido totalmente. São feitos todos os esforços para preservar a audição e ainda assim remover o tumor. Em cerca de 40% dos casos, o tumor envolve o nervo auditivo ou a artéria que leva até a orelha interna e o resultado é a perda auditiva na orelha operada.

Abordagem retrosigmoidea
Uma incisão é realizada atrás da orelha e o cérebro é retraído para expor o tumor. Na maioria dos casos, o tumor é removido totalmente. São feitos todos os esforços para preservar a audição e ainda assim remover o tumor. Em alguns casos, será necessário sacrificar a audição para conseguir retirar o tumor. Em cerca de 50% dos casos, o tumor envolve o nervo auditivo ou a artéria que leva até a orelha interna e o resultado será a perda auditiva na orelha operada.

Após essa abordagem, alguns pacientes podem sentir dores de cabeça persistentes.

RETIRADA PARCIAL VERSUS TOTAL DE UM TUMOR ACÚSTICO

A retirada total de um tumor acústico, sem complicações, é o objetivo do manejo desses tumores.

A retirada parcial do tumor, independentemente do seu tamanho, pode ser necessária se as respostas do paciente durante a cirurgia de tumores de ouvido indicarem distúrbios nos centros cerebrais vitais que controlam a respiração, pressão sanguínea ou função cardíaca. Se sinais de distúrbios nos centros cerebrais vitais se desenvolverem durante a cirurgia, às vezes é necessário encerrar a operação antes de o tumor poder ser retirado totalmente. Com frequência, irá permitir que essas funções centrais cerebrais vitais sejam restauradas. Uma vez que estejam danificadas, porém, às vezes não são recuperadas.

O encerramento prematuro da operação é necessário conforme o julgamento dos cirurgiões, a parte remanescente do tumor pode gradualmente aumentar até causar os sintomas novamente. Nesse caso, uma segunda operação pode ser necessária. Dessa forma, essa operação posterior pode ser realizada sem mudanças significativas nos sinais vitais.

Caso seu tumor seja retirado parcialmente, você será informado. Geralmente, a primeira operação reduz o tamanho do tumor, de modo que tem tempo de recuperar os centros cerebrais vitais e assim ser retirado com sucesso posteriormente. Na maioria dos casos, esperamos de quatro a seis meses para operar novamente e retirar o resto do tumor.

Em outros casos, um período de observação é necessário. Nesse caso, o tumor será avaliado periodicamente para um possível reaparecimento e uma decisão será feita sobre sua retirada.

TERAPIA DE RADIAÇÃO

Terapia de Radiação Estereotáxica
Nos anos recentes, a terapia de radiação estereotáxica foi usada para tratar neuromas do acústico. Esse tipo de terapia com radiação é diferente da radiação usada para câncer, porque foca-se altamente no tumor, com apenas baixos níveis de radiação afetando a maior parte do cérebro. Esse tipo de tratamento se mostrou eficaz para alguns pacientes selecionados com neuromas acústicos. Apenas tumores menores podem ser tratados. Enquanto os pacientes de todas as idades podem ser tratados, a terapia de radiação estereotáxica pode ser a melhor opção para pacientes mais velhos, já que a eficácia a longo prazo (20 anos ou mais) ainda não foi determinada. Assim como a cirurgia, há riscos para a audição e para o nervo facial.

Diversos dispositivos e métodos podem ser usados para realizar a terapia de radiação estereotáxica. O tratamento pode ser realizado em um único dia ou durante muitos dias. Há vantagens e desvantagens para cada um desses métodos. Para pacientes que se submetem a terapia de radiação estereotáxica, preferimos usar a radiocirurgia com gamma knife. Preferimos esse dispositivo porque foi usado por mais tempo e por mais pacientes.

Como os tumores acústicos são benignos, em nossa rotina, não aconselhamos o tratamento com radiação. A terapia de radiação tem riscos e não resulta no desaparecimento do tumor. Perda auditiva, paralisia facial e sérias complicações também ocorreram após a terapia de radiação. Após esse tratamento, alguns pacientes experimentaram o crescimento do tumor e tiveram de fazer a retirada cirúrgica, o que é mais difícil devido aos efeitos da radiação.

SURDEZ APÓS A CIRURGIA DE TUMORES DE OUVIDO

Após a cirurgia do tumor acústico, o paciente pode ficar surdo na orelha operada. Se a surdez ocorreu antes da cirurgia, o paciente já conhece as dificuldades: localização da fonte sonora, ouvir uma pessoa do lado surdo e, o maior problema, entender a fala em ambientes ruidosos.

O paciente precisa aprender a observar o falante com cuidado em situações em ambientes ruidosos, usando os olhos para ajudar o cérebro a entender palavras que podem soar iguais mas parecem diferentes nos lábios (p.ex., papa, baba, sopa, roupa). Um auxílio considerável pode ser obtido com um aparelho do tipo CROS.

O dispositivo CROS é um aparelho que recebe o som no lado surdo, amplifica e depois envia para a orelha com boa audição. Um pequeno aparelho é usado em cada orelha. Ainda que nem todos achem esse tipo de amplificação do som útil, com necessidade e motivação suficientes, o paciente irá perceber uma melhora na performance da audição com o aparelho CROS.

Com os mesmos princípios de um aparelho CROS, os aparelhos auditivos ancorados no osso (Bone Anchored Hearing Appliances, BAHAs) melhoram a sensibilidade auditiva. O BAHA usa um parafuso implantado no osso atrás da orelha ou pode ser totalmente implantável embaixo da pele. Depois de integrar esse parafuso, um aparelho auditivo vibratório é ligado a esse parafuso. O aparelho auditivo vibratório estimula a cóclea no lado bom permitindo a detecção do som no lado surdo. O implante BAHA pode ser colocado ao mesmo tempo da retirada do tumor ou posteriormente.

CONCLUSÕES

O tratamento mais comum para o tumor acústico é a remoção cirúrgica. Quanto mais cedo for diagnosticado e removido, menor será a possibilidade de complicações sérias.

Muitos pacientes têm perda auditiva unilateral, zumbido e dificuldades de equilíbrio. Raramente, esses sintomas são causados por um neurinoma do acústico. Infelizmente, uma verificação muito cuidadosa de todos os pacientes com esses sintomas nem sempre resulta em um diagnóstico precoce dos neurinomas do acústico.

Em alguns casos, o tumor torna-se relativamente grande antes de que um diagnóstico definitivo possa ser estabelecido. O risco da cirurgia de tumores de ouvido é menor do que o risco de deixar o tumor não ser tratado.

As afirmações feitas aqui baseiam-se em nossas experiências pessoas no manejo de uma grande série de casos de neurinoma do acústico.