Neuropatia auditiva – o que é e como tratar?

O diagnóstico correto é a melhor maneira de realizar o tratamento ideal.

Neuropatia auditiva é um distúrbio que afeta a transmissão dos sons do ouvido interno para o cérebro, causando dificuldades na compreensão da fala e na percepção de sons complexos. Para encontrar as melhores formas de tratamento é preciso entender o que é a neuropatia auditiva, quais são as suas possíveis causas, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.

O que é a neuropatia auditiva?

A neuropatia auditiva é uma condição em que existe uma falha na sincronização dos impulsos nervosos que levam as informações sonoras do ouvido interno para o cérebro. Isso significa que o som é captado normalmente pelas células ciliadas da cóclea, mas não é transmitido de forma adequada pelo nervo auditivo ou pelas vias auditivas centrais.

A neuropatia auditiva pode ser diagnosticada em pessoas de diferentes faixas etárias, desde os recém-nascidos até em adultos, e pode ter diferentes graus de severidade, desde uma perda auditiva leve até uma surdez profunda. Além disso, a neuropatia auditiva pode ser unilateral ou bilateral, ou seja, afetar um ou os dois ouvidos.

Quais são as causas da neuropatia auditiva?

As causas da neuropatia auditiva ainda não são totalmente conhecidas, mas podem estar relacionadas a fatores genéticos, infecciosos, metabólicos, imunológicos ou traumáticos. Algumas das possíveis causas podem ser:

  • Agenesia ou hipoplasia do nervo coclear, que é a ausência ou o desenvolvimento incompleto do nervo responsável por levar os sinais sonoros da cóclea para o cérebro.
  • Alterações na mielinização das fibras nervosas, que é o revestimento isolante que facilita a condução dos impulsos elétricos pelos nervos.
  • Alterações nas sinapses entre as células ciliadas internas e as fibras do nervo coclear, que são as conexões responsáveis pela transmissão dos sinais sonoros.
  • Alterações na membrana tectorial, que é uma estrutura que recobre as células ciliadas e participa da conversão das vibrações sonoras em impulsos elétricos.
  • Doenças neurológicas que afetam as vias auditivas centrais, como esclerose múltipla, ataxia de Friedreich, leucodistrofias e síndrome de Brown-Vialetto-Van Laere.
  • Fatores de risco neonatal, como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, hipóxia (falta de oxigênio), hiperbilirrubinemia (excesso de bilirrubina no sangue), infecções congênitas (como citomegalovírus e herpes) e uso de medicamentos ototóxicos (que podem danificar o ouvido).
  • Traumatismos cranianos ou acústicos, que podem lesar o nervo auditivo ou as estruturas do ouvido interno.

Como é feito o diagnóstico da neuropatia auditiva?

O diagnóstico da neuropatia auditiva deve ser feito sempre por um médico otorrinolaringologista especializado em ouvido e é baseado na avaliação clínica, além da realização de exames audiológicos específicos. Os principais exames são:

  • Audiometria tonal e vocal, exame que mede os limiares de audição para sons puros e para a fala. Na neuropatia auditiva, pode haver uma discrepância entre os resultados, com uma perda auditiva maior para a fala do que para os tons puros.
  • Otoemissões acústicas evocadas, exame que avalia a função das células ciliadas externas da cóclea. Na neuropatia auditiva, as otoemissões acústicas costumam estar presentes e normais, indicando que o ouvido interno está funcionando bem.
  • Potenciais evocados auditivos do tronco encefálico (PEATE), exame que avalia a atividade elétrica do nervo auditivo e das vias auditivas centrais. Na neuropatia auditiva, os PEATE costumam estar ausentes ou alterados, indicando uma falha na transmissão dos sinais sonoros para o cérebro.

Como é realizado o tratamento da neuropatia auditiva?

O tratamento da neuropatia auditiva depende da causa, do grau e da evolução da perda auditiva e deve ser seguido de acordo com indicação do médico especialista em cirurgia do ouvido. Algumas das opções de tratamento são:

  • A utilização de aparelhos auditivos, que amplificam os sons e podem melhorar a audição em alguns casos de neuropatia auditiva leve a moderada.
  • A colocação de implantes cocleares, dispositivos eletrônicos que estimulam diretamente o nervo auditivo, substituindo a função da cóclea. A cirurgia para os implantes cocleares pode ser indicada para casos de neuropatia auditiva severa a profunda, para pessoas que não se beneficiam do uso de aparelhos auditivos.
  • Realização de terapia fonoaudiológica, que visa desenvolver as habilidades auditivas e de comunicação dos pacientes com neuropatia auditiva, por meio de exercícios de estimulação auditiva, treino de discriminação vocal, leitura labial e linguagem de sinais.

A neuropatia auditiva é um distúrbio que afeta a transmissão dos sons do ouvido interno para o cérebro, causando dificuldades na compreensão da fala e na percepção de sons complexos. O diagnóstico é feito por meio de exames audiológicos específicos, que mostram uma preservação das otoemissões acústicas e uma alteração dos potenciais evocados auditivos. O tratamento depende da causa, do grau e da evolução da perda auditiva, e pode incluir aparelhos auditivos, implantes cocleares e terapia fonoaudiológica. Desde o diagnóstico até a realização dos tratamentos necessários é importante sempre ter o acompanhamento de um médico especialista.

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